São Paulo

São Paulo tem os piores índices de poluentes inaláveis na década

O estado de São Paulo registrou em 2024 os piores níveis de poluentes inaláveis da década, segundo dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) analisados pela Folha. Tratam-se de partículas invisíveis, nocivas à saúde, e derivadas de diferentes fontes.

Neste ano, as partículas finas, provenientes de queimadas, e as originadas de processos no solo e na indústria apresentaram concentrações respectivas de 42% e 51% acima da meta de qualidade do ar estipulada pela Cetesb. Ao analisar todas as estações disponíveis pela Cetesb, independentemente da continuidade de monitoramento, 2024 concentra 73% dos índices mais altos de partículas finas. Já dos 70 pontos que monitoram o MP 10, 21% apresentaram os maiores recordes.

Na capital paulista, a estação Ponte dos Remédios, na marginal Tietê, media MP 10 a nível 41,70% acima da meta em 11 de setembro, pior dia para São Paulo. Itaim Paulista e Congonhas apresentaram, respectivamente, índices 31% e 14% acima da meta para um dia na capital.

Em relação às partículas finas, a pior concentração também foi na estação da marginal, que mediu 85% acima da meta do poluente, seguida da estação de Parque Dom Pedro 2º, 71% acima da meta. Para as partículas menores, a capital teve ao menos 12 bairros com índices recordes em 2024.

Com a elevação de substâncias inaláveis diante da seca prolongada e das queimadas no Brasil, a população dos locais mais afetados sente sintomas alérgicos e respiratórios, e fica exposto a doenças mais sérias.

O médico patologista Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, afirma que, no limite, a exposição a MP 10 e MP 2,5 se associa a adoecimento e mortalidade. No caso do MP 10, que também deriva de queimadas, ela pode adentrar os pulmões, causando irritação e sintomas respiratórios.

Já as partículas finas, presentes em queimadas e que se tornam um aerossol em contato com a seca e à radiação UV, penetram nas camadas mais profundas dos pulmões e podem se espalhar por todo o corpo. Esses novos compostos podem ser mais reativos que os originais, formados a partir da queima, gerando hidrocarbonetos e evoluindo para substâncias cancerígenas.

A exposição ao MP 2,5 equivale a fumar cigarros ou folhas de tabaco de forma constante. O grupo mais propenso a desenvolver doenças são bebês, que ainda estão desenvolvendo o sistema imunológico, e idosos, que ficam sensíveis ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

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